sábado, setembro 30, 2006

E já dizia...




"...A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida...."

Vinícius de Moraes

quinta-feira, setembro 28, 2006

O jantar

Rodou a chave na porta e entrou, deixando as chaves em cima da mesa da entrada, pendurou o casaco e pousou a pasta no chão. Enquanto se dirigia para a cozinha desapertava o nó da gravata que o sufocava constantemente. Ao percorrer o corredor, veio-lhe à memória os sons que caracterizaram até à pouco tempo aquela casa, hoje, em profundo silêncio. As crianças tinham crescido suficientemente rápido, talvez rápido de mais, e numa ordem natural da vida tinham seguido os seus caminhos.
Eles, enquanto pais tinham desde cedo decidido que lhes dariam as raízes para poderem voltar e asas para poderem seguir o seu rumo.
Encostou-se à porta da cozinha e espreitou lá para dentro… por entre o vapor das panelas visualizou uma sombra encoberta sobre o lava-loiça, demasiado compenetrada na árdua tarefa da prática criativa do jantar.
Ela voltou o rosto confirmando assim que notara a sua presença na cozinha. Sem mais voltou-se de novo para as panelas.
Ele sentiu-se cansado e foi para a sala, ligou a televisão e perdeu-se no mundo das notícias, perdeu-se no mundo que não era seu.
Saiu do seu torpor ao ouvir que o jantar estava pronto. Levantou-se e foi para a mesa. Iniciou-se o ritual de sempre, cada um debicando a comida e tragando as mágoas numa garrafa de Merlot. Pensou em várias coisas para lhe contar, mas por mais que tentasse falar, mais sufocado se sentia, menor vontade tinha de quebrar aquele silêncio.
Do outro lado da mesa, ela comia mecanicamente, mastigando devagar, de olhar vazio e impenetrável.
-Passa-me o vinho, por favor. Quase sem perceber tinha-lhe entregue a garrafa e voltara para o seu lugar.
Tirando aquelas parcas palavras e um breve relatório sobre as actividades dos filhos que, no meio das azáfamas da faculdade tinham ligado, o jantar terminara, tal como se iniciava todos os dias.
Levantaram a mesa em silêncio.
Voltou para a sala e nas paredes viam-se sorrisos, brincadeiras e alegria. Os primeiros passos do João, o fato de Carnaval da Maria, o piquenique na Serra da Estrela por imposição da filha mais nova, quando estavam quase 3 graus negativos, as fotos de uma vida que já não existia.
Sentiu-se deveras cansado…Quando ela se sentou na outra ponta do sofá, olhou-a atentamente por leves segundos e não a reconheceu.
Quem eram eles agora? O que os unia neste momento, agora que finalmente poderiam estar mais tempo juntos, percebeu que o tempo os afastou e já era demasiado tarde para colar os cacos.
Sentados em frente à televisão, cada um no seu mundo, reinava o silêncio.
Naquela noite, quando se deitou, sentiu-se velho, perdido e sem rumo.

domingo, setembro 24, 2006

I Was Always By Your Side



Até ter chegado a época da migração,
e partiste como se eu te tivesse abandonado...

sábado, setembro 23, 2006

No quarto


Vai deixar o silêncio invadir o quarto, deixar o vento lá fora a dançar com as folhas secas, e os ruídos da noite tornarem-se notas na pauta do seu corpo.
Vai despir-se lenta e calmamente, como se o vento também fizesse o seu corpo ondular...
Vai deitar-se na cama como se lançasse o corpo dentro de água,
vai esticar o corpo esguiu em forma felina e repousar o corpo nos lençois de pétalas vermelhas estendidas na cama.
Vai deixar o silêncio invadir o seu quarto, vai deixar-se invadir por ele e dormir!

segunda-feira, setembro 18, 2006

Momento III


É insuportável o lugar que ela se encontra.
Perdida entre a voz que a acompanha e a mão que a segura.
Cada vez que ele segue o caminho de volta a casa, cai o silêncio à sua volta.
É como se lhe fugisse a vida nesse silêncio, como se o tempo parasse de propósito para lhe dizer em surdina: "nunca serás o seu regresso, nunca serás a amada, nunca!".
Amaldiçoa os deuses que lhe traçaram tal fado, amaldiçoa ele não a amar...
Se pudesse varrer no espaço do seu corpo as marcas por ele deixadas, e aceitar o amor que lhe oferecem...
Porque não é a ausência que dói.
Aprendeu a viver com o vazio que ele deixou, aprendeu a viver com a sua consciência, com as suas decisões...
É o seu corpo que reclama o torpor inebriante que sentia,
é a sua mão que se estende e agarra o vazio,
são os seus olhos que deixaram de brilhar.
E de novo a razão terá de ser o seu guia, porque entre os escombros ela sabe, que chegará o tempo em que a dor será menor e voltará a amar...
E este é o seu último pensamento da noite.
Naquelas noites em que a saudade invade o sonho, naquelas noites em que o peso que carrega na alma é mais forte que o cansaço, naquelas noites em que permite a si própria pensar que ele realmente a amou!

sexta-feira, setembro 15, 2006

A ti...



A ti, que me amas e me fazes sorrir,
Que caminhas ao meu lado em silêncio,
Que guardas os meus segredos,
Que me ouves com atenção,
Que abraças as minhas lágrimas,
Que entendes a minha dor,
Que nada pede,
Que tudo dá,
Que me conquistas no dia à dia,
Que manténs a calma no meio da tempestade,
Que "aturas" as minha maluqueiras,
Que amas tudo o que eu sou,
Que me ajudas a ser bem melhor,
Que me incentivas,
Que me chamas à atenção,
A ti, que no meio da corrente de um rio como o meu,
tens tempo e coragem para construires uma ponte,
segurar na minha mão e fazeres-me sentir especial todos os dias.

ADORO-TE!!!

quinta-feira, setembro 14, 2006

Momento II

Quando se preparava para sair, olhou uma última vez para o espelho e não se reconheceu.
Quem era aquela mulher? Que luz a fazia brilhar?
Não se reconhecia nunca quando ia estar com ele. Se por um lado a razão dizia-lhe para ficar, logo uma outra força a lançava de novo ao seu encontro.
E por entre as roupas e maquilhagens, ela via-se a transformar até ao ponto de deixar de conhecer aquele rosto, aquele brilho nos olhos e os lábios sedentos.
Ao sair pela porta do elevador, uma vez mais olhava para trás e via-se de novo ao espelho e mais uma vez não era ela que ali se reflecia.
Mas o ponto máximo dessa metamorfose acontecia no preciso momento em que ao entrar no carro, olhava-o e via, que a mulher que não reconhecia tornava-se real nos olhos dele.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Momento I


Ao vê-lo, o coração entrou em ritmo frenético, secou-lhe a garganta como um rio africano em tempo de seca, e o sangue escuou em forma de água pelos veios desse mesmo rio seco...
Como num filme dos anos quarenta, a negro de preferência, pois só assim as expressões eram verdadeiras e simples, ela olhou... e parou por fracção de segundos que tornaram-se em horas, tornaram-se em tempo.
O ar tornou-se irrespirável e isso fê-la reentrar no seu corpo e voltar às cores da vida.
Deixou sair lentamente o ar que tinha mantido inconscientemente suspenso... e sentiu o cansaço que se lhe abateu pelo corpo.
Já longe dessa imagem, veio-lhe à memória os caminhos que tinham sido feitos pela vida que os fizera encontrarem-se...(põe a música o mais alto possível para sair dessa memória...mas não resultou).
Desiste! pensou ela e entrou de novo nesse quadrado de memória, dizendo a si própria: - É só esta vez, é só a última vez!!!
Foram os olhos dele que lhe tinha chamado a atenção, daquele verde indefinido e enigmático. Isso, era mesmo isso, ele era enigmático, e ela? Uma curiosa da natureza humana!!!
Vem-lhe um sorriso ao rosto... A batalha que se combate só com os olhos, é impressionante e única.
Quando o viu, todas as luzes e sinais de perigo acenderam, como se o seu cérebro fosse Las Vegas em plena actividade!!!
Mas ela pensou, ok, o que se faz em Las Vegas fica em Las Vegas, portanto, ignorou todos os sinais e amou.
Aqui, já a dor ameaçava e a cabeça latejava, por isso resolveu saltar algumas páginas da história deles e pensou em voz alta:- Qualquer dia vou a esse canto escuro, mas não agora! Agora só quero saber como é que olhar uma pessoa não a faz ver, ou seja, como é ténue a linha entre o olhar e ver.
Era sobre isso que iria dedicar alguns momentos de si para entender, afinal, a viagem ainda era longa, estava sem pressa e precisava de entender-se.
O que ela tinha sentido teria sido verdadeiro? As palavras trocadas teriam algum tipo de sentido? Os momentos teriam sido reais? Foi tudo tão surreal... e tão profundo.
Quem era a pessoa por quem ela se tinha enamorado? Que mãos eram aquelas que lhe tocaram? Que corpo era aquele? Quem ERA?
Quem era ela naquele momento?
Por uma fracção de segundos foi invadida por demasiadas imagens e não aguentou...
Talvez num outro dia, numa outra altura ela poderia continuar aquilo que ela chama de: o retorno para a frente, ou seja, lembrar para apagar. E sem ter tomado algum sentido, já tinha percorrido os quilómetros que a fazem chegar a casa. Parou o carro, desligou a música e respirando fundo saíu do carro ao encontro daquele rosto de olhos castanhos e profundos como o amor que ele sentia por ela e sorriu-lhe.

terça-feira, setembro 12, 2006

O corpo


No meu corpo é onde encontras
depois do amor o descanso
e essa paz infinita.
No meu corpo, as tuas mãos deslizam e se firmam
numa curva mais bonita.
No meu corpo o teu momento é mais perfeito
e eu sinto no teu peito
o meu coração a bater.
E no meio desse abraço,
eu me aconchego e entrego...
E continuamos a viagem,
no meio dessa paisagem,
onde tudo nos fascina.
E deixo-me ser levada, por um caminho encantado,
que a natureza me ensina.
E... embora eu já conheça muito bem todos os teus caminhos,
eu só me encontro se me perco... no teu corpo!

segunda-feira, setembro 11, 2006

O silêncio



Porque hoje é dia de memórias... fico-me pelo silêncio de uma flor, símbolo de alma e amor, para os que tanto perderam....

domingo, setembro 10, 2006

Vou...

Vou mudar o tempo e fazer dele meu companheiro em vez de constantemente perdê-lo…
Vou agarrar o sol e fazer a minha pele senti-lo em vez de me esconder na sombra com medo dele…
Vou pegar na chuva e fazer sentir a minha terra húmida…
Vou pegar no mar e envolver-me nas suas ondas como se fosse mil braços que me fazem ondular e ver melhor o céu…
Vou pegar nos livros e tira-los do pó, vou incarnar as personagens e viver mil vezes…
Vou pegar no ruído e transformá-lo em melodias.
Vou pegar na lua, fazê-la crescer ainda mais e encadear os amantes.
Vou pegar no silêncio e torná-lo perfeito, ouvindo a tua voz.
Vou pegar na dor e transformá-la em memórias de prazer.
Vou pegar em mim e crescer.
Vou pegar em mim e esquecer.

sábado, setembro 09, 2006

Olhos Verdes



- Deixei de acreditar!- as lágrimas corriam pelo seu rosto em cascatas, nos olhos tristes e sem brilho transparecia o que lhe ia na alma. O seu olhar estava fixo num ponto imaginário e os olhos dele semicerrados pela luz tentavama afastar o sono e a vontade de a fazer acreditar. Também ele chorava. Chorava por ela e por ele.
- Tenho pena, tenho pena que deixaste de acreditar, logo esqueçes-te o sonho que deve ser sempre o último a repousar de cansaço.
Ela em silêncio olhava-o, estranho e familiar. Não conseguia tocá-lo, mesmo que fosse essa a sua vontade.
Sentada naquela cozinha estranha, alguém lhe dizia que no fundo a faria acreditar.
Ela, incrédula, repetia: -Desculpa, deixei de acreditar...
Ficou sozinha, embrulhada naquele silêncio. Ele saiu, levando consigo a vontade de a fazer acreditar, levando a vontade de demover aquela estranha força que os unia da mesma forma que os separava.
Cansada, resolveu deitar-se. Ele, ao senti-la, elevou a sua mão para encontrar um pedaço dela. quando as mãos se encontraram ela sorriu e ele voltou a chorar.
Adormeceu vencido pelo cansaço. Ela ficou à escuta de todos os barulhos que a distraí-se, que a fizesse esquecer aqueles olhos tristes.
O peso na sua alma não a deixou dormir.Queria acordá-lo e pedir-lhe que a fizesse acreditar. Queria acreditar naquele corpo estranho que a invadia, naquele sabor que desconhecia....
Mas não! Haverá sempre a razão entre eles, aquela razão, sempre aquela solidão. Vê-lo ali deitado a seu lado em sono profundo só a irritou mais.
Não o queria ver dormir, não queria ficar acordada. Queria acreditar...acreditar, até doer, porque então sentir-se-ia viva.
Os sonhos são para os loucos, e ela...louca, não tinha um sonho.
Ao fechar os olhos, apagando a luz da madrugada, lembrou-se das últimas palavras dele:
-Não quero adormeçer. Se adormeço irás embora e eu não sei me despedir de algúem que me faz sonhar. Não quero acordar sem ti a meu lado, dormir não me deixa ver-te a sorrir, não me deixa ver esse brilho, olhos verdes...

sexta-feira, setembro 08, 2006

Why should I care

Was there something more
I could have done
or was I not meant to be the one
where is the life I thought we would share
and why should I care
And will someone else get more of you
will she go to sleep
more sure of you
Will she wake up Knowing you still there
why should I care
There´s always one
to turn and walk away
And one who just wants to stay
but you said that love is not always fair
and why should I care
should I live you alone
here in the dark
holding my broken heart
while promisses still hangs in the air
Why should I care?


" the true is that I still care"

O meu desejo


O meu desejo era amar-te,
como se amam as plantas, as flores e as fontes.
E adorar-te, como se adora o luxo e o bem estar!
O meu desejo era sentir-te,
como se sente o calor, a sombra e a água fresca!
Era tocar-te,
como se tocam as rosas ou as obras de arte!
Viver-te,
como se vive a alegria, o prazer e o sonho!
O meu desejo era ver-te,
como os vitrais, o arco-iris ou a primavera!
E elevar-te,
como se eleva a núvem ou a ave!
Desejar-te,
como se deseja uma boa vontade ou um sorriso.
Meu desejo era guardar-te,
como se guarda um tesouro, um deserto ou um remorso!
O meu desejo era perder-te,
como se perde o rumo num labirinto!
O meu desejo era desligar-te,
de tudo, de todos, de mim...

quinta-feira, setembro 07, 2006

A 100 lágrimas de distância

Naquele momento em que fechei os olhos, deixei de ver para somente sentir o toque da sua mão.
Aquele deslizar suave dos seus dedos na minha fonte traçavam um caminho de fogo. estava lançada a teia e eu, qual insecto inibriado pela luz que aquele toque trazia, deixei-me emarenhar nos finos fios de seda que se transformaram numa armadilha...
Impossível descrever aquele momento, viajei no espaço e o tempo parou.
Magia! Um qualquer feitiço que me deixa presa e que hoje ainda me mantém prisioneira de um simples toque, esse que desnua a minha alma.
Mas eu falhei!
Abri uma porta há muito fechada....
Se soubesse amor, o que eu dava para ouvir uma gargalhada sua, aqui, agora...
e só está a 100 lágrimas de distância.

A minha dor

Quero o meu jardim carregado de flores outunais...
Sempre me traz para mais perto de ti.
Sinto muito a tua falta, nem fazes ideia o que me custa não poder ouvir a tua voz, até porque sinceramente, desculpa, mas já não me lembro da tua voz.
Lembro-me do teu sorriso, da tua ingenuidade, da forma de olhares para mim, mesmo sabendo que mais uma vez eu tinha feito asneira!!!
Durante um tempo, senti que estarias somente à distância de um telefonema!!!
Eu sei que é ridículo, mas foi a melhor forma que eu encontrei para não sentir a tua ausência...
Fazes-me tanta, mas tanta falta...
Lembras-te de termos dançado?
De teres-me dito que irias ser feliz?
Que irias casar, apesar do teu pai não te deixar?
Lembro-me do sorriso maroto que ostentavas,
Lembro-me de seres a "beleza de Deus".
e partiste-te...
em silêncio...
O que faço com esta dor?
Falta-me o meu porto, a força que fazia o nosso mundo um pouco melhor.
Porque me amas-te sem me conhecer, porque me aceitas-te mesmo sendo diferente, porque me abandonas-te sem quereres.
Trago-te na minha dor, trago-te em cada célula do meu corpo e espero sinceramente, ter ficado com algo de ti...
Espero ter ficado com a tua força e espero que de vez enquando a dor adormeça, para que saibas que mesmo por tão pouco tempo, plantas-te duas árvores fortes.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Fala-me...

Fala-me dos caminhos agrestes da vida,
das pontes imaginárias que constróis.
Fala-me das lendas e fábulas ou do país das Maravilhas onde o pinóquio se perde.
Fala-me das cores com que traças a tela dos teus sonhos,
qual é o tom que dás à Vida?
Fala-me da música do vento,
do canto das cotovias,
do som do mar que adormece nos teus braços.
Fala-me do cheiro acre da terra molhada,
nas noites frias de Outono.
Fala-me do sol que brinca com os teus cabelos,
da chuva que corre pelo teu corpo suado.
Fala-me do toque,
aquele em que perdes a noção, aquele em que atravessas o limiar do ser,
aquele em que eu te encontro.
Fala-me do gosto das lágrimas quentes que o teu corpo entrega,
do tom dourado da minha pele que queima,
do frio que sentes quando sais de dentro de mim....
Fala-me de tudo ou de nada....
Fala-me simplesmente do amor.

terça-feira, setembro 05, 2006

Hoje...

Hoje, morrem os sonhos desfilados em cascatas de ilusão.
Hoje, traço o meu destino em tons de púrpura amargura.
Hoje, voo no vácuo da perda que trago no peito.
Hoje, tenho-te um querer de fúria.
Hoje, volto num passado sem futuro.
Vão-se desfilando em anéis de fogo, as vezes que a tua boca quis e procurou a minha.
Apagam-se as luzes de um teatro inacabado, de personagens vazias e cenas avangard.
Hoje, respiro a seiva do teu silêncio e o grito dos teus olhos.
A voz embargada, o quebrar das ondas de suor que os nossos corpos provocavam, a luxúria, o pecado e a tortura, são no caminhar a sós, poeira que levanta como tempestades de consciência.
Vou secar as lágrimas, compor a roupa, limpar esta face imunda de prazer e esconder esta louca viagem como a mais surrealista tela.
Vou apagar as marcas salgadas que deixas-te no meu corpo...

"Soltos os braços da rocha, a areia curva-se em muda vénia, ao seu destino"

segunda-feira, setembro 04, 2006

Porque nasceu...




Por vontade do homem que trabalha a terra e a molda nas suas mãos....
Por vontade das raízes que teimam em sair do seu canto e conquistar novos espaços....
Por força do setembro, que traz novas cores ao horizonte....
Pelas palavras que não devem ser escondidas
Por vontade minha
Simplesmente por vontade de criar um jardim.....
Jardim esse onde possa depositar os verbos em plantas, criar vírgulas em forma de rosas
e regar este jardim com as memórias dos dias que passo sem ti!