terça-feira, setembro 05, 2006

Hoje...

Hoje, morrem os sonhos desfilados em cascatas de ilusão.
Hoje, traço o meu destino em tons de púrpura amargura.
Hoje, voo no vácuo da perda que trago no peito.
Hoje, tenho-te um querer de fúria.
Hoje, volto num passado sem futuro.
Vão-se desfilando em anéis de fogo, as vezes que a tua boca quis e procurou a minha.
Apagam-se as luzes de um teatro inacabado, de personagens vazias e cenas avangard.
Hoje, respiro a seiva do teu silêncio e o grito dos teus olhos.
A voz embargada, o quebrar das ondas de suor que os nossos corpos provocavam, a luxúria, o pecado e a tortura, são no caminhar a sós, poeira que levanta como tempestades de consciência.
Vou secar as lágrimas, compor a roupa, limpar esta face imunda de prazer e esconder esta louca viagem como a mais surrealista tela.
Vou apagar as marcas salgadas que deixas-te no meu corpo...

"Soltos os braços da rocha, a areia curva-se em muda vénia, ao seu destino"