terça-feira, abril 27, 2010

A água cai sobre uma lagoa, mas sem querer caem sobre os meus olhos.
Agua que serpenteia e vive, morre no silêncio deste corpo.
Corpo coberto pela neblina que deixaste presa ao meu sol.
Sol que tarda a aparecer.
E aparece sempre em forma de lua encoberta.
E nessa escuridão eu sou água, vento, fogo e terra.
Terra onde enterrei o sonho.
Sonho por mim inventado.
Inventado nas palavras ditas.
Ditas sem sentido e fugaz como o tempo que as separa.
E separo-me de ti exactamente como o rio que transborda as montanhas.
Deixaste uma montanha para descer.
Desço pesarosamente, mas desço, e encontro.
Encontro no fundo dos meus olhos uma luz que não é sol, nem lua, é vida!