...
Porque chegaste cansado, hoje senti-te longe…
Embrenhado nos papéis, pediste-me para baixar o som da televisão.
Estranhei.
Estranho sempre, talvez porque ainda não me tenha habituado à tua presença.
Hábitos de estar sozinha enraizaram-se e por isso estranho.
Fui fazer o jantar sem que me deixasse de sentir um pouco presa…
Jantamos num silêncio profundo.
Ele absorvido no seu mundo e eu, presa à minha liberdade.
Quando voltei à sala, tinhas fechado os papéis para amanha.
Falei-te muito baixinho sobre como me sentia…
De como estranho tanto a tua presença como o teu silêncio.
Paradoxal, eu sei!
Soltaste uma das tuas gargalhadas, aquela, a número dois…
Tonta…
Disseste-me que o espaço é relativo, e que não sabias-me tão silenciosa…
Disse-te que era um mau hábito.
Agradeceste o meu silêncio, porque estavas a precisar.
Vamos criar novos hábitos?
Encolhi-me nos teus braços e sorri, iluminada.
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