segunda-feira, março 12, 2007

Na palma da minha mão

Sigo os traços que marcam a palma da minha mão.
Há tempos explicaram-se qual era a linha da vida, por isso percorro essa linha em profunda análise, não que eu espere entender a mística da minha mão, apenas sigo o seu traço, delineando aos poucos a memória que nela contém.
Gosto das minhas memórias, gosto do traço que mantenho firme na palma da mão.
Dou comigo a imaginar os momentos que esta linha teve, alguns sobressaltos, as alegrias e sorrisos que nela ficaram gravados.
E ao percorrer a palma da minha mão, (talvez fruto da minha imaginação), vejo uma linha paralela e fecho um pouco mais a mão…
Ao veres-me tão atenta segurando a minha mão interrogaste-me com um sorriso trocista, disseste-me que parecia uma criança que descobria a utilidade das mãos pela primeira e vez e que eu tinha um olhar de pura fantasia e encantamento.
Tentei explicar-te porque olhava as minhas mãos, atrapalhei-me por pensar que não irias entender-me…Fizeste um olhar douto e explicaste-me com todo o cuidado que durante o meu sono, tinhas colocado na palma da minha mão, um novo traço, um novo caminho e que se eu quisesse poderia colocar todas as memórias futuras nessa linha.
Voltei a abrir a minha mão e segurei na tua…
Porque a minha linha só tem sentido se se cruzar com a tua.