domingo, março 11, 2007

Ditames do séc. XVII em vivências actuais

O filósofo inglês Thomas Hobbes, escreveu, aquele que se tornaria no seu mais conceituado e famoso livro. Editado em 1651, Laviatã, trata da estrutura da sociedade organizada. Ao ler este livro, não posso deixar de ressalvar, a forma como Hobbes caracteriza os seres humanos, ou seja, ele alega serem os humanos egoístas por natureza, e que com essa natureza tenderiam a guerrear entre si, todos contra todos (Bellum omnia omnes).Mas o que me chamou realmente à atenção, foi o que ele escreveu a Respeito do Homem.Ele faz um esforço de análise da sociedade partindo da dissecação dos seus componentes básicos, o Homem e as suas sensações. Ele trabalha inicialmente com uma série de definições, em uma tentativa de criar axiomas da humanidade à semelhança dos que existem na geometria. Define as várias paixões e sentimentos de maneira impessoal e com base em princípios científicos.Descreve o Homem em seu Estado Natural como egoísta, egocêntrico e inseguro. Ele não conhece leis e não tem conceito de justiça; ele somente segue os ditames de suas paixões e desejos temperados com algumas sugestões de sua razão natural. Desde que os recursos são limitados, ali haverá competição, que leva ao medo, à inveja e a disputa. Semeada a desconfiança, perde-se a segurança de confiar no próximo. Na busca pela glória, derruba-se os outros pelas costas,para com segurança, reter o poder. Assim sendo, o conflito é perpétuo, e "cada homem é inimigo de outro homem". Então a vida do homem nesse estado será "solitária, pobre, sórdida, brutal e curta".
Hobbes viveu no secúlo XVII, mas está tão intemporal como o homem que ele descreve.