à espera
Tenho andado um pouco distraída ou abstraída do mundo. Acordo sempre com a sensação que deveria era ficar na cama, esconder-me do mundo e ficar quieta, pelo menos até esta chuva maldita passar. Confesso que gosto de chuva, das noites em que adormeço com o fustigar veloz de águas inquietas na minha janela. Mas, o meu corpo já começa a sentir nas suas entranhas a necessidade de luz e principalmente do calor. Estou com saudades do sol, das tardes na foz e do tempo quente. Estou cansada das roupas grossas, casacos e botas, do malfadado guarda-chuva e do cinzento dos dias. Não condiz este tempo com o meu estado de espírito. Por isso, nem tão pouco me tem apetecido escrever, vou deixando correr os dias no seu ritmo e sempre à espera que uma manhã destas, eu abra a janela do meu quarto e brinde a um dia solarengo e quente. Enquanto isso, vou deixando o chão enlameado e as noites frias fora da porta, à espera de dias melhores.
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O tempo leva-nos a uma mudança do estado de espírito porque não nos deixa fazer aquilo que mais desejamos e queremos. É como se perdessemos vontade para fazer aquilo que mais desejamos, porque o tempo passa sem darmos por ele passar.
O tempo voa,mas não apaga este ardor que arde e o prazer contido que nos torna carne com os nossos corpos molhados entre lençóis de linho ou seda, para que os nosso corpos juntos se unam como se fossem um só.
O ser humano espera cada vez mais por soluções e acontecimentos exteriores.
Confundimos fé, esperança, com inactividade e preguiça. Confundimos pacifismo com passividade. Confundimos justiça com vingança.
É tempo de acordar e perceber que estamos no comando da nossa própria embarcação, porque decidimos através do livre-arbítrio, os rumos da nossa própria viagem pelos mares do crescimento, da evolução.
Decidimos se chegaremos imediatamente aos destinos, ou se permaneceremos por muito tempo à deriva.
Decidimos se manteremos o olhar no horizonte, e os ouvidos encantados pelo som do mar, ou se nos deixaremos seduzir pelo canto perigoso das sereias destas distracções do caminho da vida que nos fazem afundar. Somos nós que decidimos o momento de perdoar. Somos nós que decidimos o momento de começar a amar verdadeiramente.
O amor não nos escolhe. Nós é que escolhemos o amor.
O amor produz sempre um efeito positivo em quem o recebe e, de maneira mais intensa, em quem o pratica. Por esta razão, o amor é, e sempre será, a melhor opção.
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