segunda-feira, março 05, 2007

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Quando tiveres entre o precipício e a vontade e saltar, recua.
Não saias da praia só porque de repente se levanta o nevoeiro.
Permanece no teu lugar e espera o sol, e se ele não voltar, aprecia o fomentar da tempestade.
É a força da natureza no seu maior esplendor e tu fazes parte dessa força.
Porque és natureza.
Se no meio do ruído dos teus pensamentos te encontras,
recolhe-te, e procura um lugar para sentar e ouvir só o teu coração.
Vale mais a emoção que a razão.
A razão baralha o que a emoção por si só confunde.
Tal amálgama não traz paz, traz-te a dor em forma dupla.
Primeiro porque o ruído não te responde e o coração aperta, encolhe e fica pequeno demais.
Nada é mais verdadeiro que um grande coração, onde tal como uma casa, colocas as pessoas onde melhor te aprouver, e cada cantinho desse coração valerá pelas pessoas que lá estão.
Quando não conseguires fazer-te ouvir, opta pelo silêncio.
È certo que alguém sentirá falta do som da tua voz.
Quando estiveres perdido, não fiques só pelo perdido, olha à tua volta, estará lá sempre alguém exactamente com o mesmo ar desconcertante como o teu.
E se por um acaso não encontrares esse rosto, olha para o espelho que tens à tua frente.
Esse rosto que te mira do outro lado far-te-á companhia até ao momento certo para deixares de te sentir perdido.
Porque o tempo ensinou-me que o agora pode não ser já, mas a paciência é uma virtude descurada o que nos torna ainda mais sós e incompletos.
É que o momento certo só aparece quando estivermos realmente preparados.