sexta-feira, dezembro 29, 2006

A outra face do fogo

Sim, quando o meu amor teimava em não abrir ou não continuar, uma conversa; em não mostrar no rosto o lirismo mais puro do poema, ou a substância mais fresca de uma ideia nova. Sim, quando o meu amor escondia a sugestão da luz, ou a beleza onírica do novo trecho musical; quando não partilhava em nós o nosso ser, em nós o nosso estar, em nós o nosso sorrir e até o nosso amor. Eu ficava só no meio de silêncios multiplicados até ao vazio. Esse silêncio não era silêncio, era ausência de nós. Entrei na sua alma. Havia fosseis com a figura do Adamastor. Chorei. Foi ao sentir essa dor, que o meu sentimento se tornou dolorosamente compaixão.