quinta-feira, dezembro 28, 2006

Aqui...

Deixou sempre para depois o que realmente queria fazer ou dizer.
Achou sempre que teria de entender todos os vértices desse triângulo.
O medo de perder, o receio, a ilusão, o encantamento, moviam-na sempre, faziam-na calar baixinho o descontentamento, a mágoa, o desencontro, o tempo ou a falta dele.
Ama-a porque não a tem!
Ama-a porque sabe do amor que ela sente!
Ama-a porque ela está aqui, como sempre esteve…
Mas meu amor, deixe-a dizer-lhe, que já não está aqui …
Que já não se sente no local que a colocou, ou melhor, no local que ela deixou ser-se colocada.
Foi-lhe sempre dito que era inegável o amor que sentia, que apesar de tantas quebras, mentiras, desilusões e perdas, continuava aqui…
Aqui deixou de existir, deixou de a fazer sonhar, deixou-a seca.
Abateu-se sobre ela a quietude dos amantes…
Abateu-se sobre ela a sua crueldade…
Ninguém pode amar dessa forma, não assim.
Rende-se ao óbvio.
Não há forma de voltar atrás, não há forma de recuperar o que se perdeu, não há estória suficiente entre os dois.
Não há os dois, nunca houve e jamais haverá.
Triste é a sina dos amantes que não sabem quando parar.
Ela para…