sábado, dezembro 16, 2006

À noite...

Quando cheguei a casa já dormitavas sobre o sofá, livro por cima da barriga, televisão ligada e tu tão longe.
Parei por um instante, não me apeteceu tirar-te do lugar onde te encontravas, apesar de imaginar que eu não lá estava. Parecia tão calmo esse lugar que ao abeirar-me de ti, quase consegui ver o teu ar de pura satisfação.
Acontece-me muitas vezes ter dificuldade em acordar-te… gosto de te ver assim, calmo.
Quando nos deitamos, depois da guerra constante do quem fica com mais espaço na cama, acabo sempre por me ver rendida num exíguo espaço que vou conquistando aos poucos porque o teu corpo me chama.
Gosto das nossas conversas antes de adormecer. Primeiro porque reclamas sempre eu estar tão fria, ou porque me esqueci de alguma luz ligada, ou por outra coisa qualquer…
Mas gosto principalmente de quando chego à cama e já estás a dormir, de estenderes o teu braço para me dares um beijo e dizeres: amo-te “minha parva” e caíres para o teu sono de novo.
Gosto de te ver dormir, a tua respiração embala o meu sono e apesar de dormirmos separados, por causa do calor, não há noite que não procures os meus pés…
Essa é a tua forma de me dizeres: estou aqui.