domingo, novembro 05, 2006

Por vontade

Descobri que tenho o péssimo hábito de somente ter amigos e conhecidos… esses que circulam à minha volta mediante os meus momentos, o meu tempo e a minha disposição.
Descobri também recentemente que não gosto da intimidade, deixa-nos constrangidos e inquietos.
Gosto de solidão, gosto de passar os meus dias parada no tempo sem tempo.
Gosto do silêncio que me rodeia quando chego a casa, do sofá preto que me espera como braços que me seguram e me deixa repousar por largos segundos nas suas almofadas.
Não gosto de partilhar emoções, sentimentos nem tão pouco anuir a vontades de terceiros.
Pode ser egoísmo da minha parte, mas os meus amigos conhecem-me… respeitam estas minhas ausências, estes meus "atravessar de deserto".
Desenvolvi em mim uma necessidade de mudança constante,por isso é preferível ter amantes do que o cingir-se a uma só pessoa.
Ter uma pessoa na nossa vida é extremamente complicado e obsoleto.
É muito mais simples a falta de compromisso, do que as juras, as entregas melosas, o bater desenfreado de corações envoltos por hormonas.
O correcto é dois estranhos que se encontram e levam consigo o anonimato das suas inseguranças e naqueles momentos serem outros e cada vez mais outros ao encontro de nada.
Por isso estou sozinha, por opção, por vontade, por crença… somente à espera de um estranho…E é assim que eu me sinto viva!