terça-feira, junho 16, 2009

Dor

A madrugada invade-me o sono, teimo em cerrar os olhos, forçá-los a esquecer. Vejo-me inerte, tentando criar uma ilusão de conforto por entre os lençóis. Não é frio nem tão pouco calor o que sinto, apenas, não consigo fechar os olhos. Estes mantêm-se teimosamente despertos com a inquietude do meu corpo, dos pensamentos, da ferida aberta que lateja em cada entrada de ar nos meus pulmões.
Desisti há muito buscar-te no passado. Mas mantenho esta ferida extensamente aberta. Será que algum dia a conseguirei fechar? Será que alguma noite terei o descanso de não sonhar?
Será que alguma vez eu deixarei de simplesmente sentir-te e aprenderei a viver com o que ficou, com este traço de dor que percorre os meus pesadelos e assombra a minha existência?
Talvez um dia, uma outra noite, um outro tempo… Mas não hoje!