terça-feira, setembro 09, 2008

Noite única

Corre uma borrasca intermitente na janela do meu quarto. Aconchego-me mais a ti, à tua chuva, ao teu suor, à tua humidade. Escorre-me as mãos pelo teu peito e parto de novo ao encontro do meu prazer. Hoje estou insaciável de ti. Beijo-te vorazmente, porque me apetece arrancar todo o sumo dos teus lábios, sugar o teu lábio inferior e fazer rolar as nossas línguas, entrelaçando-as numa vertiginosa procura. Mas as tuas mãos não param, por isso seguro-as, prendo-te, arrastando-te de encontro à cama. Hoje és meu, sou dona, persecutória, líder do momento e das minhas vontades e acabo por rasgar com os dentes a última peça que cobre o teu corpo. Traço um trilho de fogo por entre as tuas pernas , marcando o meu terreno. Entre o teu ofegar, encontra-se a minha loucura. Por entre o brilho dos teus olhos esconde-se o teu prazer. E é o meu cabelo que fustiga as tuas nádegas, enquanto as minhas unhas ferem a tua pele. Monto-me no alto de ti e forço-te a penetrar-me. Sinto-me amazona, onde os meus saltos picam os teus flancos. E entre beijos rasgados, lábios sugados, carne inflamada, faz-me continuar a cavalgar-te. És pedra que quebro, mar que desalinho, montanha que alcanço, rio que corre dentro de mim. Mas ainda não estou satisfeita, porque só quando gritares o meu nome e o teu corpo restringir-se ao meu, poderei aplacar esta sede que tenho de ti. E quando te entregas, o teu corpo esvaí-se mesmo dentro de mim, trémulo, ofegante, suado, realizado.