sábado, setembro 15, 2007

Movimento II

Tenho sempre uma sensação estranha quando viajo.Não é medo, nem tão pouco ansiedade.
É um misto entre partir e ficar.
Há um lado em mim que me faz conjugar o verbo ir, sempre…E há um outro lado que me faz querer ficar quieta.
Adoro os aeroportos, as estações de comboio ou uma simples viagem de carro.Imagino os milhares dos sítios que me levaria um avião.
As culturas, os povos, as línguas, os cheiros e principalmente os rostos, são um desafio para um espírito aventureiro como o meu.
Quando mais nova, adorava os comboios, o barulho, o homem de azul que apitava e fazia aquela imensa máquina andar.Colava a testa ao vidro e tentava absorver ao máximo as paisagem que corriam.Tentei muitas vezes contar os postes que ladeavam a linha.Sabia o meu destino, mas a minha imaginação levava sempre a melhor.
E então eu via-me o Expresso do Oriente, percorrendo milhares de quilómetros para países estranhos e fascinantes.
Ainda hoje, sinto sempre um pequenino frio na alma quando levanto voo. O que me espera quando chegar?
Gosto em especial de pegar no carro e ir, sem destino…
Talvez porque agora saiba onde é o meu lugar no mundo, gosto de partir, mas sabe-me tão bem regressar…