terça-feira, agosto 07, 2007

Desabafos

Vivesse na terra do nunca. E do não. Vivesse num mundo ilusório, onde boatos se tornam factos e nunca se sabe a verdade da mentira.
Vivesse para o amanhã. Aquele que não chega nunca. Sonha-se com aquela viagem que nunca se realizará. Anseia-se por dias melhores que os não há.
Espera-se por aquele amor que nunca virá. Ou por alguém que nem sequer existe. Temos uma infância do não. Não faças isso! Não mexas nisso! Não digas isso! Não comas isso! etc, etc….
Depois uma adolescência de porquês e mais uma vez ou sem respostas ou na pior das hipóteses o redondo não volta a atacar.
E quando adultos, perdemos a inocência de aceitar os nãos como naturais e educativos.
Aí passamos nós a dizer não. A pensar melhor, que traduzido, é o mesmo que talvez não.
Adultos que se prendem a convenções, a regras, a condutas próprias de um adulto.
Mas que grandessíssima porcaria esta!!!
Porque me apetecesse dizer sim e que as coisas vão acontecer.
Porque quero anular estas palavras tão redutivas.
Que massacram a nossa vida, que nos torna infelizes.
Mais, que mesmo infelizes, pensamos que somos felizes. Não.
Somos demasiados rígidos, contidos e hipócritas.
O egoísmo faz-nos crer nos nãos e nos nuncas.