sexta-feira, junho 15, 2007

A seu tempo...


Coloco uma pétala de uma flor já gasta,
num espaço escuro da memória.
Porque ainda não é tempo para a fazer renascer.
As raízes vão se acumulando à sua volta,
e um emaranhado de terra que nem seca nem húmida a deixa viver.
Coloco-a por entre o livro que deixo pendurado para o ler em breves passagens.
É uma história sem fim de páginas rasgadas, escrita rabiscada e anotações.
Estou com um branco de acção, não sabendo que fim dar a esta história.
Por isso, guardo o livro, onde escrevo mediante o tempo.
Onde escrevo mediante a saudade.
Onde rasgo e colo páginas, onde remedeio as confusões, onde cozo a solidão…
Coloco essa pétala, gasta e viva, de cor indefinida, uma vez mais num lugar,
onde por quanto tempo eu ainda não sei.