segunda-feira, dezembro 07, 2009

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Foi achada no fundo do mar, perdida e esquecida no tempo, onde tempestades e calmarias a fazia correr nas estações. Ondulava num mar só seu, segura pela força e sobrevivência. Fora lá deixada sem destino, sem tempo ou fortuna, era a sua sina. Colheram-na, num dia imprevisto, de mãos hábeis trataram as mazelas feitas por aquele mar agreste chamado vida. Abriram com cuidado a sua capa, e ela esperançada, esperou que não fosse mais que uma ostra qualquer, que algo dentro de si tivesse vida e uma beleza própria. Acolheram-na. Apreciaram-na. Amaram-na…durante um tempo. Mas devolveram-na ao mar, aberta, incompleta e de novo sozinha. Pensou, de volta ao seu mar, que iria para sempre fechar. Selaria de vez, deixaria de ver o céu azul trocado pelo fundo escuro do seu mar. Porque mesmo pérola, mesmo bela, ficaria na sua cela…para sempre