The true will set you free
Não pretendo ser mais ou menos moral que outros, apenas tenho dificuldade em viver quer com as mentiras e com a necessidade das mesmas. Não pautei a minha vida pela mentira em si, muito pelo contrário, raras eram as vezes que a minha mãe não apanhava uma mentira minha. Acho que nunca soube bem mentir porque me ensinaram que a verdade se descobre, mais tarde ou mais cedo. Por isso, esta minha dificuldade em viver uma mentira ou pedirem-me que minta. Sei guardar um segredo, bem fundo e calado dentro de mim, mas quando me pedem para mentir, eu tenho de entender primeiro o porquê da mentira e o que irá acontecer depois de eu assegurar essa mentira. Quando algures me pediram para mentir, vi-me sujeita a ter de mentir constantemente. E, confesso, que até agora me custa profundamente saber que mentia e a quem tinha de mentir. Por isso deixei de gostar de política, porque aquilo a que chamam “de jogos e estratégias políticas”, não passam de mentiras puras na sua essência com o objectivo de alcançar-se algo, é claro, que para beneficio próprio dos que mentem. Mas mais do que a mentira em si, magoam-me os que se obrigam a mentir constantemente, penso que deve ser exaustivo, ter de se ter uma memória constante, como se fosse um arquivo e viver com aquele medo constante de ser-se apanhado nessa mentira e ter de mentir novamente.
Já não sei o que é melhor, se ter de mentir ou ter de aceitar que alguém nos mente e mesmo assim viver nessa mentira. Aceitar essa mentira como uma verdade absoluta ou saber que nos estão a mentir e mesmo assim aceitar essa mentira como a única verdade possível. Se calhar eu é que não percebo os códigos pessoais, os códigos que pautam a vida de muitas pessoas e entendo o mundo como algo sem necessidade de ser vivido como uma mentira, porque afinal, só se vive uma vez e que essa vez seja pelo menos o mais humana possível. Porque independentemente do medo de enfrentar-se uma verdade, deve doer muito mais viver sob o tecto da mentira.
Já não sei o que é melhor, se ter de mentir ou ter de aceitar que alguém nos mente e mesmo assim viver nessa mentira. Aceitar essa mentira como uma verdade absoluta ou saber que nos estão a mentir e mesmo assim aceitar essa mentira como a única verdade possível. Se calhar eu é que não percebo os códigos pessoais, os códigos que pautam a vida de muitas pessoas e entendo o mundo como algo sem necessidade de ser vivido como uma mentira, porque afinal, só se vive uma vez e que essa vez seja pelo menos o mais humana possível. Porque independentemente do medo de enfrentar-se uma verdade, deve doer muito mais viver sob o tecto da mentira.
A verdade libertar-te-á.
<< Home