terça-feira, julho 15, 2008

Entre linhas

Tarde demais o conheci, por fim; cedo demais, sem conhecê-lo, amei-o.
W.S

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At quarta-feira, julho 16, 2008, Blogger J.B said...

Concentrado olho o luar, sinto-te perto, Sílvia,
Vem-me afagar, abraçar,
saltita em mim, mas o teu coração, corre distante,
corre em que direcção?

Agarra-me e beija-me,
Ama-me, pois o teu aroma enlouquece-me,
a tua voz me estremece,
o teu toque suave e terno aquece-me,
Vem ter comigo pois espero por ti.

E deixas-me assim, louco e despido,
Viras-me as costas,
Dizes até já,
Adormeces.

Procuro por ti no luar,
as estrelas sorriem para mim,
cantam baixinho para eu adormecer,
sonhar contigo, poder voltar-te a ver.

Seca-me as lágrimas,
o vento que viaja na noite,
traz-me o teu aroma,
e tocas-me ao de leve,
sorris e dizes que me amas,
que voltas em breve.

Corres para longe,
deixas-me outra vez,
Nu e sozinho,
aguardo resposta,
espero por ti,
Pergunto à lua e ao sol,
questiono as estrelas do mar,
Será que acordas para me vires buscar?

 
At sexta-feira, julho 18, 2008, Blogger J.B said...

AMOR MADURO

O amor maduro não é menor em intensidade.
Ele é apenas silencioso.
Não é menor em extensão.
É mais definido, colorido e poetizado.
Não carece de demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento.
Não precisa de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes.
O amor maduro tem e quer problemas, sim, como tudo.
Mas vive dos problemas da felicidade.
Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem, o prazer.
Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro.
Na felicidade está o encontro de peles, o ficar com o gosto da boca e do cheiro do outro.
Está a compreensão antecipada, a adivinhação, o presente de valor interior, a emoção vivida em conjunto, os discursos silenciosos da percepção, o prazer de conviver, o equilíbrio da carne e do espírito.
O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa.
Ele vive do que não morreu, mesmo tendo ficado para depois; vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados, cheios de sementes.
Ele não pede, tem.
Não reivindica, consegue.
Não percebe, recebe.
Não exige, oferece.
Não pergunta, adivinha.
Existe, para fazer feliz.

 

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