Palavras soltas II
Eu deixei que morresse em mim o desejo de te amar.
Porque não queria que visses em mim
A ausência e o vazio no meu olhar.
São as mágoas que me deixaram exausta de tanto esperar.
E sem saber, devagar, como um sopro de vento
Deixei-me cair no esquecimento.
O muito que eu era, o nada que ficou.
Porque contigo eu era muito melhor do que sou.
Não te querer ter nem hoje e nem ontem,
Faz-me querer um amanhã.
Porque encontras outra face para colar a tua
E outras mãos para entrelaçar os dedos.
E se me surgires, quero-te com a fé dos desesperados,
Gota de orvalho em terreno amaldiçoado.
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A RAZÃO DE TE AMAR,
VEM DO FUNDO DO MAR,
VEM DA MAIS ALTA NUVEM,
VEM DO CANTO DO PASSARINHO,
QUE EM TI O AMOR FAZ NINHO.
É O OUVIR AS PALAVRAS QUE EXALAM,
COMO PERFUME DOS TEUS SENSUAIS LÁBIOS,
É O VER OS TEUS OLHOS BRILHAREM,
NO CÉU DA NOITE MAIS ESTRELADA,
É VER A NOITE DE DOMINGO,
É SUPLICAR O TEU MIMO,
É O SOM DAS MÃOS A ENTRELAÇAREM-SE,
É O OUVIR OS SONS DA NATUREZA NA TUA COMPANHIA,
É O AMOR QUE AQUECE NO FOGO DA PAIXÃO,
É SÓ O AMOR QUE SINTO POR TI,
QUE FAZ O MEU CORAÇÃO BATER DESCOMPASSADAMENTE,
NO LIMIAR DO TEU MEIGO E DOCE CORAÇÃO.
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