Um Voo Nocturno
Ao fim de mais de duas horas e meia de concerto, o público que lotou o Coliseu do Porto ovacionou de pé Jorge Palma em que apresentou o seu mais recente álbum, «Voo Nocturno», mas para nosso prazer e deleite deu-nos um pouco mais de si, pérolas do seu vasto repertório. Jorge Palma esteve igual a si próprio, ou seja, boémio, desembargado, bem-disposto e retirando sempre um enorme prazer de todos os instantes em palco. «Rosa Branca», foi o primeiro tema que abriu o concerto. Por entre as canções de «Voo Nocturno», Jorge Palma, que se dividiu entre a viola e o piano e que contou com diversos convidados – como o filho Vicente Palma, o acordeonista Gabriel Gomes, ou o guitarrista Flak – desfiou ainda alguns dos seus temas mais marcantes. «Frágil», Deixa-me rir», «Dá-me lume», «Bairro do amor», «Tempo dos Assassinos», «Dormia tão sossegada», «Só», «Escuridão (vai por mim)», «Disse fêmea», «Só mais uma história», «Portugal, Portugal», ou «Acordar tarde» (poema de Al Berto) foram alguns dos momentos que mais entusiasmaram os cerca de três mil espectadores presentes.Poeta, cantor, desalinhado e incoerente, destemido e incompreendido, mas um grande mestre na arte de criar palavras e fazê-las voar nos seus dedos ao piano ou viola. Voou e fez voar.
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