quinta-feira, abril 26, 2007

...

O teu cheiro invade-me o olfacto.
Algo me faz sentir trémula demais, insegura e afasto-me.
Mantenho-me num canto que me faça sentir menos o perigo da tua presença.
Ausento os meus sentidos para não me atirar nos teus braços e render-me ao óbvio.
Mascaro-me de ausente e impenetrável.
Se reparares, mantenho as mãos coladas no meu colo, seguras.
E o meu olhar vagueia pelas luzes que passam, não me atrevo a olhar nos teus olhos.
Mas no fugaz olhar que te vejo, nessa semi-escuridão, aperta o meu coração.
Gosto do que vejo e volto a retrair-me.
Entabula-se uma conversa amena e cortês.
È mais seguro.
Respondo em monossílabos, porque tenho receio que me falte a voz.
Depois, no meio da multidão é mais fácil observar-te.
Torna-se mais seguro essa distância.
Rezo para que não repares em mim…
Ao mesmo tempo que sinto necessidade do teu corpo perto do meu.
E quando me seguras no cabelo, perco a razão e esqueço o mundo.
Quebro promessas, preces, e volto a sentir-me a tua mulher.