Noite sem dias
Nesta rua quebra-se a esquina onde mora o pecado.
Nas paredes escritas palavras de uma outra loucura.
Tijolos quebrados pela violência da paixão.
É nesta calçada que percorrem corpos,
almas penadas, ânsias esquecidas,
prazeres cobrados.
E quebra a monotonia das noites,
os saltos com que percorres a rua.
No olhar, o cinzento do nada
No corpo, marcas passadas
Na alma, um esquecimento.
Alicias pelo andar, mas não pelo sorriso
Esse já não o tens.
Resta marcar a traços direitos a tua rua.
A tua vida, a tua ausência no mundo.
“La Prostituta”(Escultura em terracota, Martini Arturo [1889-1947])
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