sexta-feira, outubro 10, 2008

De volta a casa e um outro rumo

Há aqueles momentos em que o ar se torna irrespirável, como se falhasse uma batida no movimento certo do nosso coração. Formam-se os mais estranhos pensamentos e alimentam-se as piores dúvidas. Teme-se o amanha, as respostas e as dúvidas tornam-se nossos companheiros no silêncio. Suspende-se a vida por uns dias. Navio que sem querer soltou as amarras e perdeu o rumo. Está em alto mar e a terra já não se avista. Lá longe formam-se nuvens negras que ameaçam a ordem natural das coisas. Como um aviso da efemeridade do tempo. Hoje seguros num porto, e de repente estamos perdidos num oceano sem fim. Somos atingidos por um raio, seguem-se as lágrimas que escorregam sobre as janelas do nosso medo. Se formos fortes o suficiente, vencemos o medo e acreditamos. E rezamos em silêncio aos deuses e Deus que nos traga de novo para casa. E algumas vezes somos ouvidos. Porque depois da tempestade vem sempre a bonança. E já podemos respirar de novo. Tudo está em ordem e de volta ao seu devido lugar. E pensamos que por alguma meio, Ele nos ouviu e então já não temos mais de sofrer em silêncio. Está tudo bem, vai ficar tudo bem. Por isso, já não precisamos mais de ficar naquele porto e podemos seguir a nova rota que tínhamos destinado. Podemos deixar a vida seguir o seu curso natural e podemos dizer de novo Adeus.