O destino sempre me quis só

Há na letra de uma música da Adriana Calcanhoto que diz: “que o destino sempre me quis só”
Tenho uma vida repleta de erros e ensaios, nunca realizações. Tenho uma história que não embala, assusta. Mas foi a que eu escolhi. Não posso culpar ninguém dos meus caminhos mal traçados ou mesmo das escolhas que fui fazendo , só mesmo a mim. Não sei amar, nem tão pouco partilhar. Sou cacto, sou deserto, sou só. Por escolha. Num mundo que não o meu, há momentos de esperança, de fé e de crença. Perdi há muito tempo qualquer um destes adjectivos, por vontade, uma vez mais. Nada muda a não ser que eu o queira e sinceramente, eu não quero mudar nada na minha vida. Não quero ser condescendente, dependente ou simplesmente ficar na linha do metro à espera do certo ou correcto trajecto que não me levará a lado nenhum. Pode ser quase doloroso para quem não me conhece ler tais declarações, mas não o são, garanto. Porque este é o meu karma, e finalmente eu aceito-o, sem mágoa, sem dor, sem necessidade de o alterar, no fundo sem o desespero que me acompanha há anos. O destino sempre me quis só e eu não vou mudá-lo, não por alguém que não seja eu própria.
Vou deixar de estar à superfície e se calhar, posso mesmo afundar, se não me apetecer continuar a lutar contra a maré.Não vou esperar mais do que eu mereço, mais do que me pertençe. Eu sou assim. Excêntrica, real e humana.