sábado, maio 31, 2008

De azul

Pinto, salpico e escrevo num corpo vazio,
a tonalidade do mar que salga as minhas lágrimas
e curte a minha pele.
São dores pesadas que não dão cor nem vida a um corpo abandonado.
E deixo correr a tinta que de fresca acalma este frenesim que trago traçado na alma.
Tela pálida que ganha a cor dos vencidos.
Porque de heróis não fala a cor.
E eu, nunca heroína, vou deixando tingir o corpo
Neste azul que me deste
Porque outra cor não tenho.