quinta-feira, maio 31, 2007

Quietudes

Caminha lenta, sem pressa, afinal não há lugar nenhum onde queira ir.
Para.
Mantém-se estagne.
Nada para olhar.
Nada para esperar.
Nada para viver.
Nada.
Só o vazio.
E aquele imenso aperto que rodeia os seus batimentos.
Falta-lhe o ar.
Entre oeste, leste, norte ou um sul,
Mantém-se no centro.
Tentando o equilíbrio, qual trapezista.
Dá-lhe vontade de migrar, mas as suas asas foram queimadas,
por um sol poente.
Correr? Ir em frente? Voltar a trás?
Demasiado tarde.
Demasiado cansaço.
Demasiado medo.
Fica quieta, e deixa que as pessoas continuem a passar por ela.
Se ficar quieta, bem quietinha, o tempo passa, as pessoas esquecem, e ela desaparece.