Anjo caído
Sou anjo caído nos teus braços, porque quando me elevas o corpo, e traças o meu rosto com os teus olhos, eu caio.
Caio sobre a tua pele sedenta do teu calor, busco o firmamento nesse momento.
E nesse momento perco a leveza do meu corpo na robustez do teu.
Caiem-se-me as asas de anjo que soltas ao espalhar as tuas mãos pelo meu corpo.
Corpo que deixa de ser meu, onde eu não me encontro, porque é nele que vives.
Vives no espaço que movimentas à minha volta, na dança de dois corpos nus que mantêm presos no infinitivo do desejo.
E eu desejo-te como fuga, como limbo, como sol, como mar.
Esse mar que inunda a minha pele, esse mar que enche os meus olhos
Olhos que não contém as lágrimas desse prazer que sempre me dás quando envoltos no corpo um do outro eu perco o pouco que de mim e resta no muito que eu me transformo porque estás dentro de mim.
E dentro de mim, moves o meu mundo.
Mundo crente, onde não existe gente.
E na curva do meu seio escondes o rosto.
Rosto que estremece, que se ilumina que se ausenta porque se perde em mim.
Em mim retiras as últimas gotas.
Gotas que saciam a tua sede, o nosso desejo, a nossa vontade.
Vontade que amanha não fosse já.
Porque o já, é aqui, onde eu me encontro, onde tu poderias estar...
1 Comments:
Perfeito seu texto!
No final das contas,acho que todos somos como anjos caídos...
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