...
A morte visitou-a. Tocou ao de leve na sua porta... Deixou-a entrar.
Não a sabia tão perto, traiçoeira, falaciosa, por isso abriu-lhe a porta.
Entrou de forma atroz, dilacerando-lhe aos poucos o corpo, agonizando-lhe os sentidos.
Não o fez de forma rápida... não... Começou devagar, quase maquiavelicamente, como se sentisse prazer na angústia provocada, como se isso alimentasse a sua sádica sede.
Traços da sua crueldade escorrem ainda sobre a pele em forma de veios de sangue.
À sua volta o abismo abriu um caminho sem retorno.
Despida de qualquer sentido de humanidade, fê-la cair por entre os escombros.
Ainda ouve o retalhar da sua alma e o fogo que tornou em cinzas o seu coração.
Fechou a porta e saiu da mesma forma que entrou, avassaladora.
No chão jaz um corpo inerte, desocupado de qualquer sopro de vida.
Hoje eu morri.
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