terça-feira, setembro 25, 2007

Against all odds

Veio num vento do sul
Pairando no ar
Leve como pena
Dança ao som do vento
Foi-lhe soprado ao ouvido
que o seu destino estaria naquele voo.
Atravessou tempestades.
Pairando, à espera que o mar acalmasse a suas fúrias.
E deixou-se guiar por um sonho maior.
Sem tempo para se agarrar ao vento,
Cai em terra árida.
Olha à sua volta e pergunta-se: era este o seu destino?
Sair do seu meio, enfrentar chuvas, vales e montanhas brancas?
Correr riscos, enfrentar a ira dos deuses nas costas do mar?
Era esse o seu destino?
Cair em terra árida?
Seria ali a sua casa?
Com a cabeça cheia de dúvidas, deixou-se ficar.
Esperava um outro vento, outro que a levasse onde pertencia.
Esperou…esperou…
Com o tempo, deixou o sonho.
Se era ali que teria de ficar, pelo menos tinha de lutar.
Penso que a terra árida se cansou de a ver sem nada para fazer
E deixou-a entrar por entre os seus grãos ásperos e secos.
Num misto de surpresa, a semente que viajara à procura do seu destino, o encontrara.
Seria uma difícil tarefa germinar onde não há vida.
Mas o tempo estava a seu favor.
E a pequena semente abriu-se.
Se aquele era o seu destino, talvez, …
talvez um dia poderia florir em todo o seu esplendor.
Porque mesmo contra tudo o que é possível acontecer,
Uma semente pode crescer em terra árida.