sexta-feira, outubro 31, 2008

Entre Linhas

É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem saber ver.
Gabriel Garcia Marquez

quinta-feira, outubro 30, 2008

Ao som de

Entre Linhas

O coração não te rugas
Madame de Sevigné

quarta-feira, outubro 29, 2008

Logo que passe...

Num banco de névoas calmas quero ficar enterrado
Num casebre de bambú na minha esteira deitado
A fumar um narguilé até que passe a monção
Enquanto a chuva derrama a sua triste canção
Sei que tenho de partir logo que suba a maré
Mas até ela subir volto a encher o narguilé
Meu capitão já é hora de partir e levantar ferro
Não me quero ir embora diga que foi ao meu enterro
Deixem-me ficar deitado a ouvir a chuva a cair
Que ainda estou acordado só tenho a alma a dormir
Como a folha de bambú a deslizar na corrente
Apenas presa ao mundo por um fio de água morrente
Nos arrozais morre a chuva noutra água há-de nascer
Abatam-me ao efectivo também eu me vou sem morrer
Para quê ter de partir logo que passe a monção
Se encontrei toda a fortuna no lume deste morrão
Ópio bendito ópio minhas feridas mitiguei
Meu bálsamo para a dor de ser
Em ti me embalsamei
Ópio maldito ópio foi para isto que cheguei
Uma pausa no caminho
Numa névoa me tornei
Rui Veloso

segunda-feira, outubro 27, 2008

Dissertações...

O tempo vai passado e com ele as memórias tornam-se quase baças, sem querer, os rostos vão formando simples recortes, como os filmes noir. Com o tempo dissipam-se frases, emoções e mesmo o mais íntimo sentimento. Recuando nas memórias, já quase que não me lembro do teu rosto… estranho. Vivi tão perto dele, toquei-o tantas vezes…pedi tanto para esquecer que fui esquecendo sem me perceber. Hoje, não tenho noção do nosso tempo, como foi, como éramos…acho que a parte pior de um final, é exactamente deixarmos de saber porque começou. O que eu vi de especial? O que me chamou a atenção? Sinceramente já não o sei.
Como eras? Qual era o teu cheiro? Como me chamavas? Haverá algum momento que tenha sido crucial? Foi tudo tão fugaz, tão ilusório, tão falso… Como eram os nossos corpos juntos? Como era a tua pele? E a tua boca, faziam-me pedir mais, ou simplesmente nem carinho havia entre nós? É intrigante quando só nos restam questões… Pergunto-me, quem eras tu e quem era eu, nesse tempo que de tão longínquo só restam sombras e meias verdades…

domingo, outubro 26, 2008

Ao som de... I'm Yours

sábado, outubro 25, 2008

The Man Next Door

Oded Fehr

Entre Linhas

"As mulheres não bonitas estão sempre ciumentas dos seus maridos; as bonitas nunca! Não têm tempo. Estão sempre ocupadas com o ciúme em relação aos maridos das outras mulheres."

Oscar Wilde

sexta-feira, outubro 24, 2008

Come ti amo?

Ti amo fino agli estremi di profondità, di altura e di estensione che l’anima mia può raggiungere, quando al di là del corporeo tocco i confini dell’Essere e della Grazia Ideale. Ti amo entro la sfera delle necessità quotidiane, alla luce del giorno e al lume di candela. Ti amo liberamente, come gli uomini che lottano per la Giustizia; Ti amo con la stessa purezza con cui essi rifuggono dalla lode; Ti amo con la passione delle trascorse sofferenze e quella che fanciulla mettevo nella fede; Ti amo con quell’amore che credevo aver smarrito coi miei santi perduti, - ti amo col respiro, i sorrisi, le lacrime dell’intera mia vita!

quinta-feira, outubro 23, 2008

Chocolate...hmmmm

Com leite ou derretido.
Com passas ou crocante.
Puro ou pervertido.
Com recheio.
É excitante.
Eu saboreio.
Mordo-te.
E no meu corpo és saboreado.
ArteTransformado.
Sabor supremo.
Meu chocolate.
Meu veneno.
Porque me vicia...

quarta-feira, outubro 22, 2008

...

O meu segredo tem o gosto a chocolate, mãos que iluminam o meu corpo e boca que sabe a mel quando derrete-se na minha. O meu segredo é doce, quente e faz-me rir.
O meu segredo aquece-me a alma, descobre-me a essência e transporta-me para um mundo onde o tempo para.
O meu segredo, tem um sorriso encantador, que me eleva quando ando e me faz andar nas nuvens quando o lembro.
O meu segredo tem nas mãos a paz e harmonia de quem sabe tocar, cuidar e amar.
O meu segredo é só meu e só por isso vale a pena ser segredo.

Entre Linhas

Nascemos sem pedir
e morremos sem querer!
Por isso, Aproveite o intervalo.

terça-feira, outubro 21, 2008

Shhhh...


segunda-feira, outubro 20, 2008

Às vezes...


domingo, outubro 19, 2008

The Man Next Door

Michael Vartan

sábado, outubro 18, 2008

Entre Linhas

"O inferno são os outros"
Jean Paul Sartre

Saudades desse mar

sexta-feira, outubro 17, 2008

Entre Linhas

"Somos nós mesmos apenas por causa dos olhos dos outros, e é a partir da visão dos outros que nos assumimos como nós."
Jean Paul Sartre

Humor Negro


quinta-feira, outubro 16, 2008

Existir

Caminhava sobre a areia já fria do Outono que se aproxima, apesar dos poucos raios de sol que ainda anunciam um dia menos cinzento. Na mão, um cheiro de mar salgado e no peito uma onda turbulenta, feroz e pronta a estatelar-se violentamente contra uma qualquer rocha que atravesse o seu caminho. Anda devagar, como se carregasse o mundo nos pequenos ombros e o olhar, esse é frio, tão frio como a água que pisa. Cabeça baixa, deixa marcas na areia molhada que logo desaparecem numa onda. È assim a sua existência. Fria como o vento outonal, gelada alma pela brisa marítima, rosto escondido pela sombra do medo…e marcas que desaparecem pelos caminhos que percorre. Apetece-lhe gritar bem alto, arrancar aquela dor que a faz morrer um pouco mais todos os dias… Entra mar adentro, por entre a fúria das ondas e deixa o seu corpo tombar sem forças, sem vontade, sem vida. Já não sente o frio nem tão pouco vontade de voltar. Ali quer ficar. Por entre as ondas daquele mar que a levem para um outro lugar. Mas nem o mar a quer e arremessa o seu corpo de volta à praia, de volta ao mundo dos Homens, de volta a uma vida que não quer mais. Não sabe se chora ou se ri, porque é assim a sua existência, um corpo presente, uma alma desfeita, uma vida que não quer e uma solidão constante.

quarta-feira, outubro 15, 2008

Ao som de


...

Já nada me dói.
E eu nada sinto.
Sei que não te amo.
Como sei, que sim, eu minto.

terça-feira, outubro 14, 2008

Ao som de

Já faz algum tempo...

Já faz algum tempo que não te escrevo, que não te penso, não te desejo e tão pouco te quero. Já faz algum tempo que já não te espero. Pergunto-me se estarei a deixar-te no meu passado? Já faz algum tempo que a música tem um som diferente, e não te encontro em casa nota ou letra. Já faz algum tempo que o teu odor deixou de me acompanhar. Já faz algum tempo que voltei a olhar para além de ti e fui percebendo que há mais gente aqui para além de ti. Pergunto-me se finalmente deixei-te solto no meu passado? Já faz algum tempo que as minhas mãos são só minhas e completam-se sozinhas, já nem elas procuram por ti. Já faz algum tempo que já não me atormentas com as tuas palavras fora do prazo de validade. Já faz algum tempo que nem saudade sinto. Pergunto-me, será que a minha loucura teve um fim e encontrou a cura e eu, distríada pela vida não me apercebi?

segunda-feira, outubro 13, 2008

Saudade

Acendo o último cigarro da noite, e a espiral de fumo faz-me voltar a um outro ponto, a um outro momento, a um outro eu. Sem contar, sinto os olhos rasos de água e uma lágrima que teima em quebrar. Já há tão tempo que o meu pensamento não ia tão longe ou tão fundo de mim…lembro-me vagamente do som de uma gargalhada que eu dava e mesmo da forma estranha que eu andava. Lembro-me de ser feliz. Completamente feliz. Os batimentos acelerados , a pulsação descontrolada, o nó na garganta e a felicidade de me segurares a mão.
Recordo-te da mesma forma como te amei, intenso, pleno de vida e um porto seguro quando me abraçavas. O primeiro beijo foi uma sensação de finalmente estar em casa, mesmo que eu não soubesse ainda o que era estar em casa. Foi devastador e eu tremia, insegura nas tuas pernas. Acho que nem eu nem tu saberíamos dizer quem mais tremeu naquela tarde… Intenso, amoroso, meigo e uma profunda descoberta de como era bom amar alguém.
Quando o dia findou, eu trazia a luz comigo e caminhava sobre as nuvens. Se houve algum momento na minha vida que eu quisesse repetir seria essa tarde de Outono e se eu pudesse voltar, serias tu, que estarias aqui, agora neste lugar.

The Man Next Door

Liam Neeson

Entre Linhas

"As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e quando não as encontram, as criam."
George Bernard Shaw

domingo, outubro 12, 2008

Ao som de

Não te esperava

Não te senti entrar, porque tens o estranho hábito de apareceres do nada. Apareces porque te apetece, porque eu não espero ou quero. Mas lá estás tu, o mesmo sorriso jocoso, o mesmo brilho trocista no olhar e na mão, seguras o casaco como só tivesses ido á rua por uns instantes. E sentas-te confortavelmente, numa posição só tua e olhas-me. Esperas um sinal de mim e eu recuo. Hoje, não te quero aqui. Acendo um cigarro, sempre distraio-me das tuas reais intenções e da minha vontade. É quando o cigarro apaga que , meio esquecido numa mão, que me puxas contra ti, forçando o quebrar das nossas barreiras racionais. Bruto, invades a minha boca, esmagas os meus lábios contra os teus, quase como senão tivesses tempo para mais nada que eu. Espalmas as minhas costas de encontro à parede e quando me viras, sinto o frio da parede contra o meu rosto fogueado. Vais descendo as tuas mãos como se me revistasses, encontrando espaços em mim que me fazem gemer ainda mais. Afastas as minhas coxas e sobes-me a saia. Os meus seios entumecidos raspam na parede, onde me prendes e dominas. Espalmo as mãos, erguendo-as em rendição. E as tuas mãos vão caminhando diabolicamente neste corpo que já não me pertence. Sinto-te vibrante, duro. E peço baixinho que acabes com a minha tortura. Arqueio o meu corpo para te sentir ainda mais perto. Viras-me devagar e sem qualquer pudor quase arrancado a ultima peça que ainda cobre o meu corpo, imerges-me numa volúpia feroz. O cavaleiro no seu esplendor, o macho no seu habitat, o primitivo animalesco. Já as minhas mãos encontram-se perdidas em todas e em nenhumas partes desse corpo. Selvagem fustigo o teu quadril com as minhas botas e arranho essa pele que me enlouquece, enquanto me invades uma outra e outra vez, num ritmo alucinante. Deixo-me cair no chão por entre as roupas caídas, sem força, sem energia, transpirada e húmida. E tal como não te senti entrar, também não te vejo ir. A única sensação que eu tenho que cá estiveste é o cheiro que deixas impregnado em mim. E logo hoje que eu não te esperava, que já não te queria e que não te quero mais.

sábado, outubro 11, 2008

Vou ouvindo...

sexta-feira, outubro 10, 2008

Alma Mater

Ah, minha companheira eterna, quando olho assim para ti, nua e crua, sinto-te cansada, valente guerreira, simplesmente despedaçada. Já manta de retalhos e eu sem linha …
Ouço o teu gemido em sussurro, como quando criança, com o medo do escuro. Lutas inglórias, transeuntes cruéis, viajantes errantes, tudo acolheste, tudo deste, tudo foste. Ah, minha parte incerta, meu complemento, minha essência. Trilhamos já tanto caminho, voamos em tantos céus, mergulhamos em tantos mares…
Ah, companheira das tormentas, não me abandones agora, prometo irmos mundo fora!
Sei que não te devolverei a tua glória, mas apenas te quero minha de novo, remendada talvez, por esta encruzilhada a que chamamos vida. Já fomos tanto… e seremos mais, por isso te rogo em prece muda, companheira minha, desfaz o tempo, as memórias e as dores do antigamente… Preciso de ti, tal como és, tal como estás, porque não suporto ver-te caída, sem sol nem vida. Porque ainda não é o teu tempo, porque ainda fazes falta, porque nada sou sem ti, minha alma, mesmo que nua, crua e vazia.

The Man Next Door

Alex O'Loughlin

De volta a casa e um outro rumo

Há aqueles momentos em que o ar se torna irrespirável, como se falhasse uma batida no movimento certo do nosso coração. Formam-se os mais estranhos pensamentos e alimentam-se as piores dúvidas. Teme-se o amanha, as respostas e as dúvidas tornam-se nossos companheiros no silêncio. Suspende-se a vida por uns dias. Navio que sem querer soltou as amarras e perdeu o rumo. Está em alto mar e a terra já não se avista. Lá longe formam-se nuvens negras que ameaçam a ordem natural das coisas. Como um aviso da efemeridade do tempo. Hoje seguros num porto, e de repente estamos perdidos num oceano sem fim. Somos atingidos por um raio, seguem-se as lágrimas que escorregam sobre as janelas do nosso medo. Se formos fortes o suficiente, vencemos o medo e acreditamos. E rezamos em silêncio aos deuses e Deus que nos traga de novo para casa. E algumas vezes somos ouvidos. Porque depois da tempestade vem sempre a bonança. E já podemos respirar de novo. Tudo está em ordem e de volta ao seu devido lugar. E pensamos que por alguma meio, Ele nos ouviu e então já não temos mais de sofrer em silêncio. Está tudo bem, vai ficar tudo bem. Por isso, já não precisamos mais de ficar naquele porto e podemos seguir a nova rota que tínhamos destinado. Podemos deixar a vida seguir o seu curso natural e podemos dizer de novo Adeus.

quinta-feira, outubro 09, 2008

The Man Next Door

Kyan Douglas

quarta-feira, outubro 08, 2008

...

Perdi-me de novo. Onde queria ir, fiquei parada, na voz, na dor, que não a minha, nas lágrimas e no sentido de vida. Tenho os braços dormentes, os lábios cerrados e juro que não deixarei cair uma única lágrima. Tenho medo. Já perdi tanto e no entanto de novo este vazio. Como se a minha alma se desligasse, como se o ar deixasse de entrar. Deixei de respirar. Sinto a dor no rosto que persegue o meu sono. Não tenho encantamentos ou palavras mágicas. Não tenho mesmo a noção de onde este trilho seguirá e qual será o acto final. Por isso este gelo no meu corpo, esta inquietude constante, este pavor cruel. Invoco ao meu anjo que ilumine outro caminho que não o meu, que guie em esperança o que ainda é e será.

terça-feira, outubro 07, 2008

Beleza de Deus

May the time don't ever let us forget your smile
your kindness and your strength...
And the beautiful flower we lost in this strange garden of life.
I miss you every single day...

domingo, outubro 05, 2008

Dia Mundial do Professor

"Se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes."

sábado, outubro 04, 2008

The Man Next Door

Goran Visnijic

Entre Linhas

"Elimine a causa que o efeito cessa."
Miguel de Cervantes

A flor e o espinho

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu só errei quando juntei minh'alma à sua
O sol não pode viver perto da lua
É no espelho que eu vejo a minha mágoa
É minha dor e os meus olhos rasos d'água
O sol não pode viver perto da lua

sexta-feira, outubro 03, 2008

...

Trazias-me num beijo prometido
Que o tempo te fez esquecido
Trazias-me nas mãos vazias
A dor dos meus dias
Trazias-me o sonho inacabado
Presa a esse passado
Hoje não lembro a tua voz
Em cada amanhecer
Nem o teu rosto
Assombra mais o meu adormecer
Porque hoje eu já saberia dizer
Que não é mais amor
Que não deixaste mais que uma dor

quinta-feira, outubro 02, 2008

Burn After Reading - A não perder

Após ter sido despedido, um ex-agente da CIA (John Malkovich) decide escrever as suas memórias documentando segredos do governo mas, durante as partilhas do divórcio, a sua ex-mulher (Tilda Swinton) rouba-lhe um cd com o único exemplar do manuscrito. Por engano, esse mesmo cd cai nas mãos de dois empregados de um ginásio (Brad Pitt e Frances McDormand), um homem e uma mulher sem escrúpulos, que tencionam explorar ao máximo a sua descoberta, vendendo a informação de forma a poderem pagar uma cirurgia plástica. É então chamado um agente da CIA (George Clooney) para resolver o caso… custe o que custar.
Mais um filme dos irmãos Joel e Ethan Coen, onde o non sence reside na tagline: Intelligence is relative. Simplesmente fantástico!

quarta-feira, outubro 01, 2008

Entre Linhas

Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás para atravessar o rio da vida - ninguém, exceto tu, só tu."

Friedrich Nietzsche

The Man Next Door

Gary Dourdan